27 agosto 2011

Razão de Ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
Preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski

:)

Bom fds!

23 agosto 2011

#comofaz?

Nas últimas semanas tenho sentido a necessidade de cavar uma trincheira e me enfiar dentro dela. 
Tudo porque ainda não aprendi a lidar com algumas porradas que costumo levar da vida. Aham. Costumo levar. Coisa de gente esperta, que não aprende de primeira nem segunda, sabe? :P 

Me ocorreu então que o estado de alerta dos soldados entrincheirados devia ser ensinado na escola.
Exagero?!     Talvez. :P
Mas acho que é mais uma referência quase poética.

(Acreditem, uma hora isso vai virar papo de mãe...)

Na trincheira, uma fração de segundos e a desatenção pode tirar-lhe a vida. Ou pelo menos te mutilar.
Na vida "pacífica", perder a crença nas pessoas é uma mutilação possível.

Estaríamos nós em guerra constante?
Eu acho.

Acho que a vida é um jogo de estratégia (valeu, Sun Tzu!), em que só vence quem tem o conhecimento, o controle e a frieza necessários.

Opa, perae! Vencer?
É, vencer.
Vencer no sentido de viver bem, de ser feliz.

Eu leio sobre bullying, sobre violência entre crianças, e pra sociedade o mundo tá indo bem. Oi?!

Vejo valores humanos indo pro ralo enquanto nossos bebês aprendem a "construir um mundo melhor", um mundo "verde".
Não que eu seja contra a consciência ambiental, não me entenda mal.

É que eu vejo que os valores humanos que eu aprendi na escola - voltados pra família, pro companheirismo, pra empatia como base para as relações de amor e amizade - estão sendo deixados de lado.

E, pra mim, mundo verde com gente cinza, não tem valia do mesmo jeito.

Será só impressão minha? Tomara!
Mas acho que não.
Ou então não veríamos tanta gente admitindo com orgulho que não é lá flor que se cheire. vide principais notícias do facebook ;P

"Eu sou humano, então não espere tanto de mim. Eu vou errar e provavelmente te machucar. Tô de boa com isso."

Eu não cresci assim.
Cresci acreditando nas pessoas e naturalmente agindo de forma que elas pudessem acreditar em mim.

Ahm, eu sou perfeita?
Não mesmo! Longe disso!! Bem longe mesmo! xP
Claro que já decepcionei várias pessoas ao logo da vida.
Claro que já errei muito. E ainda vou errar.
Mas não estou "ok" com isso. Vou passar a vida tentando acertar e ficando puta possessa quando errar.
Quando eu decepciono alguém, decepciono mais a mim e carrego aquilo comigo pra sempre. #nematerapiaresolvefeelings
Isso é "se importar".

Eu me orgulho de me importar.
De me preocupar com o que faço e falo, pra que seja sempre que possível coerente, correto.
Eu não me orgulho dos meus erros, apesar de não negá-los.
Me orgulho de encará-los e ser responsável por suas consequências.
E quero ensinar a Maria Júlia a ser assim.

E agora, finalmente, o papo de mãe:

Como a gente explica pros filhos que eles precisam ser pessoas boas, respeitar os outros, serem amigos leais, cultivarem amores reais?

Como a gente explica que pra ter um amor (ou um amigo), você precisa se doar, confiar, perder o chão? Não há outra forma de viver plenamente.

Como a gente faz isso depois que cresce, vira mãe/pai adulto e enxerga que as pessoas estão sendo criadas num mundo onde foder machucar os outros é normal, todo mundo faz?

Como a gente fala prum filho confiar nas pessoas depois de se decepcionar com melhores amigos, pais, maridos, esposas, irmãos?

Aceitar que a vida é assim mesmo deve ser o primeiro passo.
Vou trabalhar nisso. nota: levar pra terapia

Mas ainda acho que jogar os filhos aos leões famintos sem avisar que não são gatinhos fofos, vai ser uma tarefa árdua.

Imagina deixar a Ju entrar na adolescência, conhecer os primeiros amigos, o primeiro namorado, sabendo que a maioria deles vai fazê-la sofrer em algum momento e, ainda assim, deixá-la aprender vivendo?

Resistir ao impulso de avisar para não poupá-la do próprio aprendizado. How?!?!?!

Pensar sempre que ser crédulo é saudável até certa idade será mesmo?, e que ela vai, aos poucos, definindo o que é melhor pra si.

Não tenho idéia de como passar por isso.
Não sei o que é certo, nem o que é "recomendado".

Até porque se, depois de tudo isso, ela se decepcionar a ponto de resolver não confiar mais like me, será que vai ficar a sensação de "eu podia ter evitado isso"?

Ó santo das dúvidas maternais, ajudaí, por favor!
Manda pelo menos um manualzinho com citações #ficaadica pra dar uma mão. #}


E lá vou eu pra mais uma tarefa "aprenda fazendo e perguntando" do jeito mãe de viver as coisas.


Beijos muitos! :))