O assunto dessa vez é bem desconfortável, mas eu sinto que está na hora de falar abertamente sobre ele...
Sejam gentis, por favor.
Situando quem chegou agora...
Esse blog foi criado para preencher o vazio do meu puerpério (aquele período que há quem diga que dura 30 dias, há quem diga que dura 2 anos depois que o filho nasce) e de lá pra cá eu já contei pedaços fofos e inspiradores, também já desabafei um tanto e nunca entendi bem porque eu fazia isso...
Um tempo depois, fosse buscando autoconhecimento conscientemente, fosse "me tocando" das coisas enquanto a vida acontecia, eu lembrei que sou uma Escritora. Eu nasci pra isso.
Por isso quando a maternidade me convidou àquele lugar desesperador de "e agora, quem sou eu depois desse serzinho chegar?", meu primeiro impulso foi escrever.
Mas eu parei mais de uma vez, passei meses sem postar nada...
Mesmo assim nunca quis "encerrar" o blog. Esse é um "espaço sagrado" das minhas histórias, mesmo que eu tenha ficado tanto tempo sem coragem de escreve-las.
Em resumo, o real motivo para eu parar de escrever era a Vergonha de Ser a Mãe/Pessoa que eu Sou.
E hoje eu quero falar especificamente sobre isso.
Segura o textão!
Meus problemas de autoestima nunca me fizeram ter problemas sociais, muito pelo contrário. Eu sou uma pessoa de Traço 3 e me integro aos mais diversos grupos com facilidade.
Ou seja, as pessoas gostam de mim, quem não gostava era eu.
Então, se você - como eu - ouve coisas do tipo:
- Nossa, mas você é tão inteligente, parabéns!
- Eu acredito em você!
- Você é uma pessoa especial, sabia?
- Que mãe/pai/profissional/pessoa incrível você se tornou!
- Eu te amo!
E pensa:
- Ah... se eles soubessem quem eu realmente sou...
E se sente uma verdadeira fraude, um impostor, então sinto lhe dizer: Mas o seu problema pode ser maior do que você percebe. O meu era.
Parar de escrever quando a vida não estava "boa o suficiente" por minha causa, segundo o meu critério, pode parecer bobo mas é só a ponta do Iceberg.
Então eu vou te contar o que há em minha história por trás disso:
- Depressão - dos 17 aos 29 anos;
- 3 tentativas de suicídio;
- Vários relacionamentos - amorosos, profissionais, amizades - abandonados porque eu tinha vergonha de ser quem eu sou e simplesmente me escondia do mundo.
- Outros tantos relacionamentos abusivos - porque, afinal, "eu merecia"...
- Instabilidade financeira muito grave - "quem sou eu pra merecer ser próspera?..."
- Obesidade grau II.
- Sensação de que a vida passou e eu nem estava lá, de entorpecimento - mesmo sem uso de nenhum tipo de droga.
- Agorafobia.
Não gostar de si mesmo é Muito Grave!
É como a "maconha" dos vícios emocionais... é a "porta de entrada" para N patologias e pior, nem a gente aceita que aquilo é um problema.
A gente passa por tudo isso sem dar muita atenção e escondendo de todo mundo e quando a máscara cai em algum momento, rola um desespero, "merda, fui pego!".
É muito raro buscar ajuda porque você não se gosta. Afinal, quem se gosta de verdade nos dias de hoje, não é mesmo?
Banalizar a infelicidade é o grande perigo da nossa sociedade.
E o que depressão na adolescência tem a ver com maternidade?!
TUDO!
Eu não estou aqui expondo minhas quedas pra aparecer. Aliás, espero que só pessoas que realmente precisem se identificar e se sentir acolhidas por essas palavras tenham acesso a elas.
Não gostar de mim desde criança me fez tentar ser outra pessoa que não eu na adolescência.
E isso me levou à depressão e ao quase suicídio.
Não gostar de mim me fez me esconder de pessoas incríveis, abandonar oportunidades inacreditáveis porque eu não achava que merecia.
E isso me tornou uma adulta infeliz, endividada, dependente.
Não gostar de mim me fez duvidar da minha capacidade de ser mãe, parar de ouvir meu coração e, por anos, viver a angustiante batalha interior: Será que eu sei mesmo o que é melhor pro meu filho?
E isso teve um impacto direto na criação da minha filha. Não houve sofrimentos mil, grandes traumas, graças a Deus!
Mas só agora eu me sinto confortável pra enfrentar o mundo inteiro se preciso for pra mostrar pra ela como a mãe dela vê a vida, pra lhe ensinar o que Eu tenho de melhor.
Só agora eu sei que é de mim, com tudo que eu sou, luz e sombra, que ela precisa.
E isso muda absolutamente tudo.
Quer um exemplo simples, mas que ilustra o tanto que isso afeta a vida nos mínimos detalhes?
Eu tenho um grau leve de agorafobia. Pouquíssimas pessoas sabem disso, mas sempre que gosto um tanto menos de mim acho todas as desculpas do mundo pra não sair de casa, pra não ver ninguém.
Porque, no fim das contas, me mostrar pro mundo nesses momentos me sufoca - literalmente.
E hoje eu me peguei sentada de papo com a mãe de uma nova amiga da Julia, enquanto as meninas brincavam na piscina do condomínio, sendo eu mesma, expondo as minhas maluquices, rindo da vida real materna que é um caos mesmo, haha.
Sabe quando isso aconteceria em tempos de auto-desamor? Nunca.
Então, se você, em qualquer fase da vida, gosta pouco de si mesmo, esse texto é pra você!
Porque hoje eu posso te abraçar, mesmo virtualmente, e te dizer: Você não é o seu erro. Você não é o seu passado. Você nem é as coisas boas que você acredita que é.
Você é uma criatura tão dinâmica e mutável que é impossível te rotular.
Vai lá, desapega de tudo isso que você acredita que é, deixa o fardo, ele nunca foi seu de verdade. =)
Você é exatamente quem o mundo precisa que você seja. E quando se der conta disso, Uau!
Nós é que ganhamos muito, acredite! ;)
Ser transcende o fazer e o ter.
Você pode sim ter errado muito, ou ter feito alguma coisa que te marcou profundamente - consciente ou inconsciente -, mas você Pode curar isso.
Eu vim só te dizer que eu consegui, que é possível.
Cara, eu não só consegui como agradeço diariamente por tudo o que passei. Eu não seria essa pessoa sensacional que eu sou hoje.
Sem tudo isso eu nem teria me tornado Coach!! Olha que surreal: Hoje o meu trabalho é ajudar pessoas a serem felizes! haha
A vida é mesmo uma caixinhas de surpresas...
Nós com muiiiito auto-amor! <3 td="">3> |
Não é bobagem! Respeite a sua dor!
Por fim, quero te pedir pra não se comparar a ninguém. Não existe dor maior ou menor, não existe causa grave ou boba para um problema.
Respeite o que te machuca como você valoriza o que te faz bem.
Hoje eu sei que não sou a mentira que contei na infância, que foi pega e me rendeu humilhações até a fase adulta.
Mas foram mais de 20 anos me chicoteando por isso, acreditando que isso me definia, inconscientemente.
Passou. E eu já posso voltar o meu olhar pro aqui e agora.
Hoje eu sei que sou uma pessoa que tem a infinitas oportunidades de auto-melhoria e que busca todos os dias se aproximar da sua essência, da sua Luz.
O mesmo vale pra você.
Sua vida, infinitas possibilidades.
E nesse #SetembroAmarelo, eu quero dizer que voltei a escrever aqui por você.
Conte comigo, sempre!
Isis
PS: Conte mesmo! Meu e-mail pessoal é rocha.isis@gmail.com, mas você também pode me achar no facebook e me chamar no inbox pra conversar se quiser. #VamosJuntos