12 julho 2014

Malévola - Uma enxurrada de grandes lições | Spoiler Alert

Eu sei... eu sei que tá tarde pra fazer review de filme que estreou faz mais de mês. 
Mas a vida andava corrida, só consegui assistir agora e eu nem sou de resenhar nada, mas esse filme pediu! :D

E se você chegou até aqui, é porque mesmo que tenha visto o filme há algum tempo, ele ainda mexe com você, confere? 

Obs: Acho que esse filme só sai de mim quando outro me impactar tanto quanto! Jesus, quanto conteúdo pra reflexão!

Não viu o filme ainda?! Então corre lá! 

Spoilers virão sem pena a partir de agora. 

Prestenção!!!




Listei 08 grandes lições que esse filme me deu ou, no mínimo, relembrou.

Vamos em ordem cronológica pra facilitar a vida? 




1. A natureza é perfeita. O problema somos nós.


"Os Mors não precisam de reis e governantes porque eles confiam uns nos outros."


Aurora encantada com o Reino dos Mors
Vamos às apresentações?

Reino dos Mors = natureza que se auto-regula com uma sabedoria instintiva.

Reino dos homens = Isso aqui que a gente vive.

Mas ao contrário do que parece, Aurora prova que o problema não é ser humano, mas ser criado com a cultura destrutiva calcada na busca de dinheiro e poder.

O "mal do mundo" é apenas fruto do jeito humano de viver.

Nota mental: Promover todo contato possível da minha pequena com a natureza. Acabo de me dar conta de que a natureza nos ensina também como lidar com pessoas. :D


2. Nem sempre o primeiro amor é "o amor". E a vida segue.

"No pôr do sol dos seus 16 anos, Stefan lhe deu um presente. Disse que era um beijo de amor verdadeiro. Mas não era..."


Stefan e Malévola

Quem nunca sofreu uma desilusão com o primeiro (segundo, terceiro...) amor, gente? Achei digno o Stefan ser tão imperfeito. 

Ele gostava dela, é fato. Se divertia. Mas mesmo que fosse amor - não pude julgar, me perdoem -, a ganância era maior. Humano, não?

Mas sabe, o que eu mais curti na história da Malévola e do Stefan é que ele se afasta dela e... E nada. 
Há! xD

Um tiro na testa de quem promove o apocalipse emocional quando uma relação não dá certo.

Ela até sente falta dele, mas não sooofre, não fica esperando o príncipe, não nada. 

Ela é uma senhora fada. Tem seus afazeres e, apesar dele, seu mundo não perde as cores. 

Incrível!


3. Nós definimos a importância de tudo em nossa vida. Do status, do poder, do dinheiro e... das pessoas.

"Veja, para mim, você não é rei."


"Err... bem..."
Fico dividida, mas ainda acho que essa é a MELHOR frase do filme.

A cara do rei sem resposta foi a minha. Não esperava, confesso.

Não tomou o tapa? Vamos lá...

Quanto tempo perdemos na vida dando importância pra pessoas/coisas/situações que, de fato, não significam nada pra gente? 

Quanto tentamos provar que somos isso ou aquilo pra reis que não são nossos? 

Ah Malévola, quanto desprendimento e sabedoria. #MeRepresenta


4. Somos traídos por aqueles em que mais confiamos.

O que dizer do grito de dor da Malévola ao sentir-se sem asas?


Ai... =~
Seu primeiro amor, mais que mutilá-la, planeja sua traição. Tira dela suas asas, fontes de sua autonomia e poder. Limita-a em nome de sua ambição.

Quantos homens (e mulheres) não passam por cima de outros em nome de suas vontades?
Quantas mulheres não são limitadas pelos homens (e pelas mulheres machistas) à sua volta? 
Quantas não são vítimas de seus amores?

Cena fortíssima. Doeu em mim.


5. A dor transforma qualquer um. Pro bem e pro mal.



Por viver num mundo onde o mal fica fora dos seus limites, Malévola claramente não suporta a dor e a decepção e sucumbe à sombra.

Passa a viver uma vida vazia e tudo à sua volta perder o frescor.

Todos nós somos portadores da sombra e da luz, já sabemos. E muitas vezes somos maus deliberadamente. Principalmente reagindo a um mau já provocado em nós.

Ficou em mim o alerta: É preciso prestar atenção em como reajo às minhas dores e decepções. O mau nunca nutre e sempre volta.


6. O amor também.

Entra em cena Aurora.

Pausa pra tietagem! Ai que LINDA a Elle Fanning de Aurora! *.* 
Sou fã dela desde o A Menina no País das Maravilhas. Vale ver esse filme também! :D

Elle "Aurora" Fanning
Depois da maldição lançada por Malévola, a bebê é despachada pra uma cabana e é criada pelas três fadas desajeitadas que lhe deram suas virtudes.

Primeira impressão: Encontrem uma mãe pra essa criança, pelo amor!

Segunda impressão: Ela já encontrou.

Desde a primeira espiadinha na janela, Malévola esquece o que a pequena "praga" representa e ama a menina de forma maternal. Leia-se: Incondicional.

O amor sempre supera a dor.



A relação das duas é tão docemente construída que quase deixei passar o breve - mas importante - conflito entre elas, quando Aurora descobre a maldição e dá as costas julgando a "fada-madrinha" sem procurar entendê-la. 

Mães de adolescentes entenderão. ;)


7. O crime não compensa

Alguma coisa há de se aprender com o rei Stefan, certo? 

O cara é ganancioso desde molequinho, trai a única pessoa que se importou com ele na vida, dá um "zig"no rei, pega o trono e...



Casa com uma mulher que mal conhece, tem uma filha linda que é amaldiçoada e tem que viver os primeiros 16 anos de sua vida longe do mundo, e enlouquece lentamente nesse período esperando o confronto com a Malévola.

Deu pra entender? N-ã-o  c-o-m-p-e-n-s-a!!


8. Relações de verdade são construídas à base de gratidão e companheirismo.

E agora, o segundo personagem mais importante da trama!

Esqueçam Aurora, rei Stefan, rei babaca nº1, fadinhas fofas, etc.



"E por salvar a minha vida, serei seu servo.
O que quer de mim?"

"Asas. Você será minhas asas."

Falemos de Diaval.

O corvo que vira homem, que vira lobo, que vira dragão pra ajudar e proteger sua "senhora".

Pra mim, essa é a mais bonita história de amor de toda a trama.

Tudo bem que Malévola aproveita o fato dele ser capturado para salvá-lo e ter um fiel escudeiro em troca. Mas quantas relações não começam com uma troca de favores, não é?

O marcante é que ele a vê. O tempo todo. Ele reprova seus instintos sombrios, mas continua ali, pois sabe que dentro dela existe a Malévola protetora dos Mors. Amável e imperfeita. E que precisa dele pra viver sua luz em meio à escuridão.

O companheirismo dos dois cresce ao longo de todo o filme. Existem momentos de discordância, de união de forças, de desespero, de diversão... É incrível. 

Destaque para a cena final onde, uma vez acabado o grande conflito da existência dela, ambos voam diferentes, livres e juntos pelo céu.

Isso sim é romance! Ir além da paixão e viver uma relação de cumplicidade tão bonita.

Príncipe encantado, seu nome é Diaval.


6 comentários:

  1. Esse foi um dos posts mais lindos e bem escritos que já li...deveria ser compartilhado para o mundo todo.
    Esse filme é realmente incrível! E superou todas as minhas expectativas, que eu achava que seria só mais uma releitura da releitura de um conto dos Grimm que já é uma adpatção do conto de Giambattista haha...confesso que não absolvi todas essas lições de moral, algumas eras bem diretas, outras nem tanto...mas é um filme apaixonante!

    http://blogchadatarde.blogspot.com.br/

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    1. Ô Tâmis, brigada pelo carinho!!

      E que massa que você curtiu! :D

      Eu também devo ter deixado passar um monte de lições. Dá pra assistir o filme e ir aprendendo cada vez mais. Adorei! =D

      Beijosssss

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  2. Li só as 3 primeiras lições, e agora resolvi dar uma chance para o filme, que eu torcia um pouco o nariz pelo trailer (não li o resto por causa de spoilers hahahahaha)

    Bjs!

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    1. Rafa, vale muito à pena. Ainda tem um ar Disney, mas é realmente uma nova abordagem. Riquíssimo filme. Vai lá e volta pra me contar o que achou do resto das "lições"? Haha

      Beijos!

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  3. Ísis: PEREFEITO.

    EU AMO ESTE FILME.

    Ítalo Lima

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