01 novembro 2011

"Era uma vez..."

Era uma vez uma menina que passou a vida achando que tinha nascido pra ser uma grande executiva.

Aos 8 anos, queria ser escritora.
Aos 12 se encantou com a publicidade.
Aos 16 viu que não tinha dinheiro pra pagar faculdade e resolveu ser engenheira.
Aos 18 viu que não adiantava ser algo que não lhe despertava paixão.
Aos 19 virou produtora e entendeu o que é amar o que faz.
Aos 20 deixou o ninho e se jogou no mundo.
Brilhou, amou, aprendeu, viveu muito mais situações e sensações que julgava possível existir.

Aos 23, essa menina viu tudo o que ela jurava ser seu destino perder o valor e o sentido. Existia algo muito maior em sua vida agora: Sua menina.
E agora ela não era mais só menina, era mãe.
E até os 25, foi basicamente isso: Mãe.
E a sua menina, agora aos 2, dava o sinal: "Você precisa arrumar o que fazer, mãe. Eu não vou precisar de você 24h pra sempre."

E a menina-mãe achou que era muito simples: Agora que a sua menina tinha vida além do seu colo, era só voltar a trabalhar naquilo que ela amava tanto.

Mas nenhum conto de fadas existe sem um percalço, um conflito. E a menina-mãe percebeu que não dava pra ser a mãe que a sua menina merece E ser a profissional que ela sempre foi.
Teimosa e destemida, enfrentou seus limites e disse pra si mesma: "Eu posso!".
E a vida tratou de retucar: "Claro que pode, mas não dá pra ser tão boa quanto você pode nas duas coisas. Você precisa escolher."

E a menina-mãe pensou muito. Achou que adiar a volta ao mundo apaixonado do seu trabalho podia ajudar.
Não ajudou. E o sentimento de ser "menos mãe" tomou conta dos pensamentos da mãe-menina.

E ela ponderou, se perguntou, demorou, mas admitiu: Eu não nasci pra ser nada que me impeça de ser melhor mãe que eu puder ser.

E isso não quer dizer que ela vá abandonar suas paixões, seu amor pelo que faz.
Ela só terminou uma relação fadada ao fracasso e escolheu se dedicar a um novo amor.
Um amor que a permite ser a mulher-mãe que ela realmente é.

Assim, a menina-mãe achou seu caminho e acaba de dar o primeiro passo para ser "feliz sempre".

E "fim". ;)







A partir de hoje, assumo uma nova direção, com deliciosos desafios e um sorriso lindo que me espera em casa dizendo "mamãe, eu tô muito feliz porque você está aqui.".

Agradeço muito à minha mãe que torna tudo isso possível.

Agradeço a todos que estão na minha vida pra me questionar, porque sem vocês eu não teria assumido que nasci pra ser mãe e trabalhar com alguma coisa que me faça feliz.

Agradeço aos meus queridos colegas de trabalho de quem vou morrer de saudade. Acolher uma mãe em "crise de identidade" com o carinho que vocês fizeram, não tem preço.

É isso... vida nova, recomeço, sorrisão no rosto e um grande compromisso comigo mesma: Ser quem eu sou e ser feliz!

Vambora?! ;))





PS: Sinto que os alicerces dessa construção já podem sustentar os primeiros tijolos das paredes que vem por aí. Eba! :D