30 março 2015

#MaternidadeEmFlor | Etc


Luiza Maria de Azevedo Cavalcanti Santana Moura. Sim, minha filha tem um nome deste tamanho. Não teve jeito. Eu e o pai descartamos qualquer possibilidade de desprendimento dos nomes que herdamos das nossas famílias. Mas, a pequena, hoje com seus nove anos, não entende e acha que seu nome é grande demais. Aliás, um “elefântico nome”.

Vários são os questionamento. “Foi um castigo, uma promessa? Você entende que o meu nome é o maior da sala? Você não poderia escolher apenas um de cada? Como eu vou fazer para colocar o meu nome todinho na folha da prova?”. Luiza é assim, inquieta, pergunta tudo, sente o clima e não consegue guardar qualquer tipo de pensamento.

Muitas vezes, no auge da raiva, deixa escapar que vai assinar apenas como Luiza. E ponto final. Porque se tem algo que eu aceito é que o nome dela é Luiza e, felizmente, também tem que carregar a bagagem da família toda, no seu nome. “Você já viu que o meu nome é maior que eu? Você ainda fica rindo, mãe?”. Não tem jeito. 

Certo dia, falei que quando ela casar, ela poderá colocar o nome do futuro marido no dela. Mas, passei a informação incompleta. Saindo em minha própria defesa, assunto casamento para uma criança, não é tão cheio de detalhes assim, como uma discussão sobre o novo desenho no cinema.

Mas, senti que Luiza se fechou para o mundo dos amigos. Ela sempre gostou mais de brincar com os garotinhos, porque correm, pulam e não ficam sentadinhos, arrumadinhos falando sozinhos com bonequinhas que têm o cheiro de frutas. Não, bonecas nunca foi o forte de Luiza. Ela gosta de movimento. E, meninos, lá em casa, não se falava mais.

“Luiza, e Caio? Está bem? Tem brincado com ele?”. “Não”. Todas as minhas perguntas eram acompanhadas com respostas monossilábicas e de imediato. A preocupação começou a despertar. Eu tinha que saber o que estava acontecendo por trás das câmeras, e vi que atingiu o ápice da preocupação quando ela me respondeu “Que os meninos fedem”.

Era o momento da conversa entre meninas. Olhos nos olhos, sentadas, cada um exercendo o seu papel oficial. “O que está acontecendo?”, comecei. A minha filha falou sobre tudo, menos sobre achar que os meninos são sujeitos asquerosos, seres de outros planetas, um monte de pano que não tem nada por dentro. Puxei o assunto. Fui direto ao ponto. “Alguém lhe fez mal, lhe machucou?”.  E o não de imediato ameaçou terminar a conversa.

“Epa. Por que você não fala mais sobre os meninos?”. Luiza encheu os olhos de água e o pulmão de ar e vomitou as palavras em mim. “Vai que eu goste de alguém e vou ter que colocar o nome dele no meu nomezão? Não, já sofro demais com o nome deste tamanho. É melhor que eles fiquem por lá mesmo”.

Precisei me controlar. Teria dois bons motivos para deixa-la sem assistir o desenho da noite. Mas, reconheço que a culpa foi minha. Eu intriguei a minha filha com a informação incompleta. Fui explicar. Fui esclarecer. Fui suavizar aquela angústia que acompanhava Luiza. Tudo só iria acontecer se houvesse permissão. Inclusive, ela poderia, também, diminuir o nome.

Ficamos acordadas. A serenidade pairou novamente em nossa casa. Meninos não eram mais nenhuma ameaça. No fundo, acho que ela ficou feliz quando falei em diminuir o nome. Quer dizer, eu tenho certeza. Basta olhar em uma das provas assinadas por ela há pouco tempo: Luiza Maria de etc.



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É com muito amor que apresento a primeira colunista do Mãe em Construção, a alagoana maravilhosa Elisa Azevedo! 

Elisa é jornalista, super-mãe da Lulu e agora da Cecília que cresce feliz em sua barriguinha! #VemCecília!!!  

A coluna Maternidade em Flor trará aventuras e desventuras dessa dupla (em breve trio) divertidíssima e genial! Bem-vindas, meninas! 



27 março 2015

#ContosDaJuju | Mas eu ainda não sei ler, mãe!

"Mãe, lê pra mim?"

"Eu não! Lê a sua que eu leio a minha, depois a gente troca."

"Mas eu ainda não sei ler, mãe."

"Ue, e precisa saber? Vê as figuras e inventa sua própria história. Ou presta bem atenção que você consegue entender."

"Ahfe..."

Minutos depois...


"Mãaeeee, venha ver!!!! Ele tomou uma porrada e "táu" e saiu correndo e caiu no rio e "tchibum!" você viu? hahahaha É muito engraçado!"

"Ai filha, que desastrado, né?" - Ele, o Piteco. ;)



Pseudoleitura: O ato de ler sem saber o que está escrito,  apenas pela observação das imagens. É um exercício de encadeamento de fatos, resolução de problemas e de imaginação.



Minha pseudoleitora mais linda!

26 março 2015

#EducAmando | Lição de casa: Nunca desista!

Agosto de 1993. As semanas anteriores haviam sido terríveis e eu, que até gostava de números, estava aterrorizada com a palavra "matemática".

Mas ele - que também não era muito bom - estava lá, do meu lado!

Todas as noites quando eu chegava da escola e ele do trabalho, tínhamos a missão de passar a tabuada até acertar.

Eu tive sérias dificuldades mesmo. Sabia que não sabia o suficiente, então quando a professora chamava, suava, ficava nervosa, queria sumir. Mas ele não me deixaria desistir.

E assim seguimos, tentando, acertando, falhando e tentando de novo.

Até que um dia... eu consegui! A "tia" perguntou tudo em ordem, de trás pra frente, salteado. E eu acertei tudo! Venci a bendita tabuada! Vencemos juntos!

Cheguei em casa e corri o quanto pude. Eu mal podia respirar! O vi e pulei no seu colo:
"Pai, eu acertei tudo! Eu consegui!"


Ok! Mas o que isso tem a ver com a maternidade?



25 março 2015

Maria de Verdade

Pousa-se toda Maria
no varal das 22 fadas nuas lourinhas
Fostes besouro Maria
e a aba do Pierrot descosturou na bainha

Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado e emoldurado
Esperarei romântico

Sou a pessoa Maria
Na água quente e boa gente tua Maria
Voa quem voa Maria
e a alma sempre boa sempre vou à Maria

Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado e emoldurado
Esperarei romântico

Tou vitimado no profundo poço
na poça do mundo
do céu amor vai chover
Tua pessoa Maria
Mesmo que doa Maria
Tua pessoa Maria

[ Maria de Verdade - Marisa Monte ]


Pequenos grandes momentos

Naquele domingo, acordamos preguiçosos e deixamos a manhã passar devagar.

Começamos o dia já no almoço. Massa, agridoce, sabores e amores. Comer e sorrir é uma das mais deliciosas formas de amar.

Em seguida, fomos aos livros. 2 horas da tarde de um domingo ensolarado numa livraria...
Por que não? :D
Saímos de lá com menos dinheiro e mais felicidade. Ele filosofando, eu me encantando, ela, crescendo.
Maior que meu amor pelos livros, é o meu amor por eles. Vê-los cúmplices assim é como receber um bilhete premiado, dá frio na barriga e enriquece o coração.

E agora? Sorvete! Afinal, ainda faz sol lá fora. ;)

Alguns minutos cantando alto no carro - Let it go, claro! - e chegamos à nossa praia favorita.
Todos de roupa, mas quem liga?
Sobe a calça até o joelho, molha a bermuda, amarra o vestido. O que importa é ser feliz.

Julia pelo tio-drasto @yuricortes_