20 outubro 2010

Devaneios de uma sala de hospital...

Estive pensando sobre casamentos...
Porque as pessoas resolvem depositar no outro a perspectiva de realização amorosa de toda uma vida?
Porque os românticos criaram poemas que iludem gerações e as doutrina desde a primeira lição de literatura a procurar o 'amor perfeito' ?
O bacana é notar que na fase em que estamos aprendendo conceitos que devem nos acompanhar pro resto da vida, os livros, filmes, os contos de fadas nos mostram lutas homéricas em nome de um amor que assim que se torna possível ganha um "felizes para sempre" e nos poupa da realidade dos relacionamentos.
Aí, na fase mais conturbada da vida, a adolescência, travamos a grande batalha: como entender que o amor nem sempre supera todos os obstáculos, todas as diferenças?
Como aceitar que príncipes são falhos e que princesas não acordam com um beijo?
Ainda pior, como entender tudo isso em meio a um turbilhão de hormônios sem desistir de amar? Complexo, né?...
Há, você não viu nada!!!
Quando os problemas parecem começar a dar lugar à maturidade, ao auto-controle, ao preenchimento do vazio que o amor imperfeito e, às vezes, inexistente deixa, com trabalho e responsabilidades... Eis que a sociedade cobra - e como cobra! - que você se apaixone, case, tenha filhos E seja feliz! Isso tudo sem esquecer de ter sucesso e se manter sempre jovem e bonito(a).
Oi? O que juventude e beleza tem a ver com tudo isso?
Alôou, em que mundo você vive? No de José de Alencar, onde uma índia que nunca viu escova de dentes tinha hálito de baunilha???
Acorda, baby!! Mais uma coisa que você descobre ao ingressar na cruel vida adulta: É preciso dar duro pra manter o amor... E isso inclui manter-se atraente, interessante. 
Não estou falando de corpo. Estou falando de espírito. 
Você precisa ser uma pessoa que interesse ao outro, que cause nele um encantamento, no mínimo, diário, senão... 
O amor acaba.
Triste, né?
Mas é verdade. Me desculpem os românticos, mas a vida é bem assim.
Apaixone-se, mas certifique-se de que está pronto pra lutar por um amor duradouro, pra desistir de um amor ilusório ou ainda, pra aceitar que ele pode simplesmente... acabar...



...






Desculpem o tom de desabafo. A bendita enfermeira já tinha errado minha veia duas vezes e a dor pra escrever era estúpida.
Não, não tem nada demais comigo. Foi só uma "visita" à minha querida urgência que nunca mais tinha visto, não se preocupem. ^^ 

Beijos! ^^

Um comentário:

  1. Muito realista o texto. Eu, como pobre romantico, mesmo sem querer, tenho q acreditar e aceitar suas palavras. Sabias palavras. Também já falei sobre casamente, sobre outra perspectiva: http://homoafetivos.blogspot.com/2010/03/enfim-sos.html

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