22 novembro 2010

Abrindo Portas com Amor

Meu pai me ensinou que ao dar um livro de presente a gente deve sempre escrever uma dedicatória. Registrar que aquele presente é um ato de carinho.

Cresci adorando isso. Pra mim um livro é um dos presentes mais carinhosos que existem. Por isso me esforço tanto pra escrever dedicatórias à altura do livro, do presenteado e do momento vivido.
E também por isso, receber um livro com uma dedicatória bem escrita me emociona tanto.

Muitíssimo obrigada à Anne, que há alguns dias me deu "Abrindo Portas com Amor - Caminhos na educação dos filhos e na prevenção de problemas futuros" do casal de psicologos Angela Cota Guimarães Mendonça e J. Augusto Mendonça.
Além do livro ser incrível, a dedicatória me emocionou como há muito não acontecia.
Muito, muito obrigada! =)


Fica a dica aos amigos (meus e de todos): Quando der um livro, pense com carinho e escreva algo bacana nele. Suas poucas palavras terão quase ou o mesmo valor de todo o conteúdo do presente. ;)



Agora indo realmente ao assunto de hoje: O livro e suas contribuições.

O 5° capítulo do livro é o "Criança é gente!" que fala de como as crianças 'sentem, percebem e entendem' tudo à sua volta.

De como nós, pais, agimos muitas vezes como se o assunto tratado fosse muito complexo pra criança entender, de como negamos fatos que acontecem diante deles simplesmente por não saber como explicá-los.

O clássico exemplo que se vê no livro é o "não aconteceu nada", "não está doendo", "nem machucou", que sai quase que automaticamente quando vemos um filho cair e se machucar sem gravidade. Quem somos nós pra dizer que não doeu? Doeu sim!

O papel dos pais é confortar, perguntar se ele está bem, tomar alguma atitude, olhar com calma, ouvir, nunca negar.

Como as crianças não conseguem ainda nos falar com clareza o que sentem, não conseguem reclamar, dizer o que pensam. Mas eles entendem sim.

Lendo isso relembrei um momento dos mais fortes que já vivi com a Maria Júlia.

Num momento cheio de frustrações, de medos, eu vivia agitada, triste, acuada. E um dia, ela me ouviu num enorme desabafo com a minha mãe.

Ela ficou quetinha, brincando por perto como se nada daquilo chegasse aos ouvidos dela. Quando eu percebi, já não a "via", falava alto, chorava, expunha em gestos e palavras todo meu sofrimento.

Parei quando senti ela correndo em minha direção, se jogando num abraço e dizendo "Mamãe, amo".

Senti no olhar dela que minha bebê ouvia cada palavra, que ela entendia meu sofrimento, e que, apesar dos seus 1 ano e 5 meses de vida, estava tentando me dizer que tudo ia ficar bem, que ela estava ali comigo.

A partir dali prestei mais atenção nisso. Nos olhares, nos gestos, nas palavras enroladas, tentativas de se comunicar.
Hoje não tenho dúvidas. Minha pequena entende tudo sim e pra entendê-la também basta parar pra ouvir, basta querer. E eu quero. ^^

Parem pra ouvir seus filhos.
Vale muito à pena. ^^

Mãe ainda em fase de alicerce.
Ísis Rocha

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Um comentário:

  1. Uau!!! Obrigada voê também por enriquecer minha construção com seus tilojinhos... Ah! Quanto mais fortes os alicerces de uma construção, mais forte e protegida será a nossa casa internamente!!! Continue crescendo continuamente! Beijos... Anne Patrícia

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