27 fevereiro 2012

É hora de voltar...

Por sorte, reli esses dias o Abrindo Portas com Amor e me emocionei ao ler a crônica A Presença dos Pais. O texto foi o afago que eu tanto precisava nos últimos dias, por isso trouxe esse trecho para abrir o post de hoje:

"(...)Recentemente fiz uma palestra em uma escola. Discutíamos a questão de pais que, por necessidade de trabalhar, saem muito cedo de casa(...). Como solucionar essa situação, ou seja, como esse pai, essa mãe pode estar mais presente?

Um dos pais me contou que aprendeu a estar junto, presente, apesar de passar três, até quatro dias sem ver os dois filhos. Ele trabalhava em dois empregos, saía muito cedo e, quando voltava, os filhos já estavam dormindo. Então ele combinou que toda noite, quando chegasse à casa, iria ao quarto deles e lhes daria um beijo.
Como ele queria estar acompanhando o que os filhos estavam aprendendo na escola, eles deixariam os cadernos na mesa de estudo do quarto, com o abajur aceso, e assim ele poderia acompanhar dia a dia o que estavam fazendo. Por vezes ele deixava um bilhete incentivando o bom trabalho que os filhos estavam fazendo. Combinou também que, quando saísse do quarto, apagaria a luz e daria um nó no lençol de cada um para indicar que ele esteve lá. E isto acontecia religiosamente todo dia. E pela manhã, quando os filhos viam os cadernos remexidos, a luz do abajur apagada e o nó no lençol, eles sentiam a presença carinhosa e cuidadosa do pai.
E o pai contou que, quando pensou em combinar isso com os filhos, ficou pensando no esforço que teria que fazer, pois chegava em casa tão cansado. Mas para sua surpresa, era talvez o momento mais prazeroso do seu dia, pois era como plantar uma boa semente e vê-la desabrochar: os filhos melhoraram na escola e eram excelentes alunos. Quando se encontravam, era uma alegria, uma troca mútua de carinho e sempre tinham muitas histórias para contar ao pai. (...)"

Sabe aquela fase em que eles ainda são pequeninos e a gente só quer estar perto pra acompanhar e ter certeza de que vão ter todo carinho, cuidado e disciplina que precisarem?

E, ao mesmo tempo, nós, mães que ainda não têm uma carreira estável, segura e/ou direcionada, pensamos em investir nos planos de médio e longo prazo?...

Então... Mal tive tempo de começar a curtir a decisão de ficar em casa com a pimpolha e lá veio a vida com uma super oportunidade profissional gritando na minha orelha: "Você NÃO vai deixar passar, vai?"
Pensei, repensei, fiz contas, lista de prós/contras e tudo que tinha direito.

O tempo, ou melhor, a falta dele, é a grande vilã, claro.
Como administrar trabalho em turno integral, faculdade e filha acostumada a ter a mãe sempre por perto?!
Como acostumar a não fazer o dever de casa com ela? Como não saber se ela dormiu direitinho à tarde ou onde ralou o joelho?... Quanta angústia!!

Respirei fundo e me dei uma boa noite de sono.
Acordei, levei a pequena na escola, voltei pra casa meio sem rumo, sentei, olhei pro calendário e fiquei pensando...

Fazem só quatro meses... Só deu tempo de tirar a babá, diminuir muito os horários da TV, ajeitar a hora do sono, desfraldar em definitivo, melhorar a alimentação, ensinar a comer na mesa, acompanhar o primeiro mês na escola nova, a adaptação no turno integral, as primeiras aulas de natação e ballet...   Peraí!...   Quanta coisa!!!

Poisé... Quanta coisa!!
Num primeiro momento achei que seria caótico voltar a trabalhar o dia inteiro e deixar a minha pequenina #aos3 , que mora longe do pai, ver a mãe só na hora de acordar, jantar e dormir.

A agenda ainda me tira o sono. Sei que não vou conseguir pôr a pequena pra dormir todas as noites. Que vai ter dias em que vai ter algum comunicado importante na agenda da escola e eu não vou ver. E pior: Que ela vai aprender a escrever a letra C e, talvez, eu nem veja. Ok, meu coração está bem apertado agora... #}

Mas... Sabe de uma coisa?!
Que incrível que eu tive esses quatro lindos meses pra, mesmo sem saber, preparar o terreno pra essa nova fase. Que sorte a nossa, não é?!

Não tenho dúvidas de que esse período foi fundamental! E durou exatamente o que precisava durar.
Foi uma chance para nos conhecer melhor e aprender a respeitar o espaço, a capacidade e a individualidade uma da outra.
Para aprender até onde realmente precisamos estar juntas fisicamente.
Para amadurecer.

Os ganhos são visíveis: Sou hoje uma mãe mais segura e consciente. E a Juju está mais independente, adaptada à rotina, saudável e feliz.

E eu?!  Estou orgulhosa e confiante!
Orgulhosa da mãe e da profissional que estou construindo em mim!
Confiante por conhecer nossa capacidade de adaptação. Já passamos por várias mudanças e, juntas, deu tudo certo!
Estou feliz também, claro! 
Consigo finalmente ver uma luz intensa no fim desse túnel da reconstrução da vida pós-maternidade-seguida-de-separação.

Então está novamente decidido: Tá na hora da Mamãe voltar a construir a carreira que tanto ama!
Acreditando que dá pra ser a melhor mãe que eu puder ser, trabalhando dentro ou fora de casa.
Nem que eu precise dar nós nos lençóis da Julinha noite após noite, ela vai saber que eu a amo e estou sempre por perto. ;)

#FazerDarCertoAtéDarCerto! ;)

Que venha a vida nova, de novo!
"O tempo não pára..." 

12 comentários:

  1. Três e meia da manhã e vc postando aqui né? kkkk

    Lembra que te falei, uns tempos atrás, que a felicidade da Juju estaria atrelada a sua? E trabalhar (e muito kkkk) é diretamente proporcional a seu bem estar.

    Que bom que vc voltou! :)

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    1. Insônia de mãe é inspiração certa! ;)
      Beijo "Tia Ímão", querida!!! =***

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  2. Lindo.... estou emocionada com lágrimas nos olhos... te admiro muito Isis !!

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    1. Edu, emocionar uma mulher-mãe linda como você me inspira a continuar!
      Obrigada pelo carinho!!
      Beijo, querida!! =***

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  3. Muito lindo o texto, parabéns por essa nova fase, e mais parabéns ainda pelos 4 meses passados juntos com ela full time, foram muito bons pro desenvolvimento dela.

    Bjo!

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    1. Brigada, Rafa!
      Tenho certeza de que esses meses foram vitais pra ela e pra mim! Faria tudo de novo!! :)))

      Beijoss!

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  4. Olá, Ísis

    Força aí pra você e sua filha. E sempre haverá os fins de semana, não é? Quando a mãe tem um real interesse por seus filhos, ainda que trabalhe fora, as crianças se darão conta desse amor, pela bondade, gentileza e paciência que emanam dela.

    Pois é, Isis... eu também sinto falta das festinhas do meu tempo de criança. Eram ocasiões menos artificiais, mais espontâneas, sem aquela música barulhenta dos buffets infantis, nem o alarido irritante dos fliperamas. Ai que saudade!

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  5. AMEI! Vou comprar esse livro também! Obrigada por compartilhar esse dica!

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    1. Eu recomendo, querida! É um livro pra ler e reler a vida inteira. ;)

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  6. Fiquei louca pra ler esse livro. Parece muito bom!
    E com certeza a Julinha sente todo esse amor que você tem por ela, e trabalhando ou não é a melhor mãe que ela poderia ter!!!! Bjooooo grandeeeeeeeeeeeeeeeee

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  7. Oi Renata, brigadão pela dica! Vou passar por lá! =)

    Bjss

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